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Distância social desempenha um papel importante na eficácia das intervenções, revela pesquisa

Medidas para contenção da Covid-19 no Brasil já salvaram milhões de vidas, de acordo com estudo “Avaliação do impacto nacional das políticas de mitigação do COVID-19 na taxa de transmissão do SARS-CoV-2 no Brasil” feito por pesquisadores da Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade, contudo não são suficientes para frear o avanço da pandemia no Brasil.

De acordo com análises matemáticas, mesmo nos estados que foram mais rigorosos na aplicação de medidas de distância social desde o início da transmissão no país, este conjunto de ações ainda não foi suficiente para reduzir os índices de transmissão da Síndrome Aguda Respiratória Severa por Novo Coronavírus (Sars-CoV-2) para níveis considerados de controle.

No estudo, os pesquisadores avaliaram a dinâmica de transmissão nos 27 estados do país e os efeitos de 547 decretos de governos estaduais relativos ao distanciamento social. Com isso, nota-se que estados que ao longo do tempo intensificaram as medidas tiveram melhor adesão como Ceará, Amapá, Bahia Pernambuco, Acre e Maranhão. Nesses estados, a parcela da população que ficou em casa foi de 40 a 60% ao longo do tempo.

Os melhores resultados foram observados nos estados que intensificaram e, somados a isso, adotaram medidas ainda mais importantes nas capitais, a exemplo de lockdown. Segundo a pesquisadora Juliane Fonseca, doutora em matemática pela Universidade do Porto e pós-doutoranda do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), afirma que nos estados que apenas mantiveram as medidas iniciais houve melhor adesão e houve diminuição da taxa de transmissão maior do que aqueles que em algum ponto flexibilizou e retornou.

Esse mesmo grupo de pesquisadores, em estudo recente publicado, estimaram que desde o dia 22 de abril o sistema de saúde da Bahia já teria entrado em colapso caso não tivesse criado as medidas de distanciamento social. Estima-se que o número de infectados estaria 20 vezes maior e o de morte 14 vezes se não fossem as medidas adotadas.
A pesquisa conclui: “adesão da população às recomendações da distância social desempenha um papel importante na eficácia das intervenções”.

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